MULHERES, COLUNAS DE SUSTENTAÇÃO
Todos nós ansiamos por uma família que seja citada como modelo e referência.
Essa tarefa é árdua e nem sempre com finais esperados. Alguns desses resultados
são até frustrantes. Mas a bíblia nos estimula a continuar esta busca, quando
nos traz a história de um casal que não formou uma família perfeita, porém foi
considerado irrepreensível por Deus. Trata-se de Isabel e Zacarias. Está
escrito que ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em
todos os preceitos e mandamentos. Deus aprovou este casal e a forma que conduziam
suas vidas.
Seus vizinhos e familiares se alegravam com o que os alegrava, o que nos
faz refletir sobre o testemunho de vida deles. Sabemos que foi o filho desse
casal que foi escolhido para preparar o caminho do nosso Redentor. Exemplo de
vida digna é o que não nos falta, e também um desafio para seguirmos seus
passos.
No antigo testamento vimos o rei Davi clamando a Deus pelos filhos, para
que sejam como plantas, bem desenvolvidos na sua mocidade; e para que as filhas
sejam como pedras de esquina lavradas, como colunas de um palácio. Portanto o
nosso anseio é natural e até plausível.
Quando deparamos com mulheres solitárias nas suas lutas familiares, sem
contar com o apoio dos filhos ou marido no que tange a vida espiritual,
tendemos a incentivá-las e estimulá-las a lutarem e não desistirem.
Embasados na Palavra de Deus, desafiamos aquelas que encontramos
desalentadas e dispostas a abrir mão dos seus filhos, ou mesmo do casamento, a
permanecer e perseverar, porque não queremos ver seus lares destruídos.
Respaldados pela Bíblia, reafirmamos como o próprio Deus as vê, declarando
as promessas Dele sobre elas. Insistentemente salientamos a força que possuem em
Cristo Jesus.
Mas precisamos estar cientes de que, a mulher dos nossos tempos está
sendo monitorada em todo tempo. Experimentando uma grande gama de novidades sociais
e comportamentais, ela reage de forma a expressar seus valores agregados.
Vivendo como rato de laboratório, ela se sujeita a tudo, conforme os interesses
dos pesquisadores.
Para não decepcionar a sociedade, ela prontamente tem respondido com um
“sim” a maioria dos desafios que lhe são propostos. Recebe o selo de aprovada
em alguns, e de desaprovada em outros, e assim, vai rompendo sem se observar, e
sem notar a sua própria existência.
Na expectativa de ser aprovada, ela nem se dá conta de que nem se conhece
mais. É perigoso essa mulher nem mesmo saber preencher um questionário sobre si
mesma, onde as perguntas básicas são: Cor de pele, de olhos e de cabelo? Pele
seca ou oleosa? Olhos arredondados ou puxados? Porque já há muito, que vive
segundo exigem dela, num padrão desproporcional ao seu original, perdendo assim
a sua identidade inicial. Acorda no piloto automático e passa o restante do dia
da mesma forma, num esforço contínuo de atender a todas as necessidades da
família e da sociedade. Seu “Bom dia”, dá aos que com ela convive a impressão
de atenção e cuidado, mas, o que muitos não sabem que foi no automatismo.
Ela opta por nutrir a confiança que depositaram nela, se negando muitas
vezes o direito de pedir socorro, para que não percebam suas fragilidades e
limitações.
Mas, o momento é de ousar e sair deste lugar de desconforto, imposto por
uma sociedade que desconhece os valores de um governo nobre e sublime – o
governo Daquele que a teceu no ventre de sua mãe, e que
a chama de “noiva minha...
amada minha”. É momento de essa mulher dar passos rumo à liberdade. Se libertar
desta prisão de codinome “atualidade” e se direcionar ao lugar para o qual foi
projetada e lavrada – lugar de honra – pedra de esquina.
Davi no salmo 144, no verso 12 se expõe diante de Deus, o adora e
declara como O vê. Declara a sua confiança e também a sua segurança no Senhor
que tudo pode. Logo em seguida ele reconhece a sua pequenez e desfecha uma
lista de necessidades diante de Deus. Entre outras petições, ele clama para que
os povos tivessem filhos como plantas, bem desenvolvidos na sua mocidade; porém
as filhas que fossem como “pedras de esquina” lavradas, como colunas de um
palácio. Mas até onde temos a consciência do que é ser “coluna” de um palácio?
Ser “coluna, é ser pedra de esquina, que segundo o dicionário,” é ser
pedra angular. Ou seja, é ser a pedra central cujo formato se encaixa para
firmar um arco, travando as partes. Outra definição traz que a pedra de esquina
é o elemento central de sustentação de um todo”. E ainda que “é o alicerce; é o
que sustenta, e também é a pedra fundamental de um edifício”.
Para os homens foi pedido um bom desenvolvimento, mas para nós mulheres,
que fôssemos como pedras de esquina lavradas. Não simplesmente pedras, mas
lavradas, como colunas de palácio. Creio que o salmista observando aquelas
grandes e fortes construções da época conseguia ver nas mulheres estas
características. Ele dava esta importância para elas, e as valorizava de tal
modo, que desejou como primordial que todas fossem assim – as principais pedras
do palácio.
Assim como Davi, o desejo de Deus é que sejamos como “pedras angulares”,
ou seja, sustentáculos morais e espirituais no seu palácio.
Pedras maciças, satisfeitas no Espírito de Deus. Postas junto e entre os
membros de uma mesma estrutura familiar, para uni-los de forma mais firme.
Colocada para fortalecer as bases a fim de melhor ligá-las.
E sabe o que é lindo, que antes de Salomão a maioria destas pedras era
grandes, toscas e mal formadas, mas sob o desejo dele, essas pedras passaram a
ser modeladas. Quando o rei assume o governo, as realidades mudam. Assim
também, a nossa história é transformada quando o Rei dos reis assume o nosso
governo. Fomos encontradas nos sentindo grandes, porém toscas e mal formadas,
mas O Senhor nos modela cuidadosamente para nos usar com excelência.
A mulher que entende que o seu mérito está no seu caráter e também nos
valores intrínsecos em si mesma, e que se posiciona diante de Deus e dos
homens, irá desenvolver bem o seu papel. Ela é capaz de compreender a sua
função e põe em Deus os fundamentos da sua existência.
O autor T.D.Jakes no seu livro intitulado “A Dama, Seu Amado e Seu
Senhor” diz, que a mulher que sabe quem ela é no Senhor, se levanta do altar do
louvor e anda pelas ruas da vida com uma confiança e um conhecimento íntimos
que a faz exibir um sorriso pelo qual homem algum é responsável.
Ela sabe que não precisará exercer força física, e nem mesmo ser grande
aos olhos de quem a vê. Esta mulher não teme perder o seu lugar, porque o seu
posicionamento é que lhe faz extraordinária.
É a profundidade da sua intimidade com Deus que forma a sua fundação e
lhe dá firmeza, e não a sua beleza exterior. Andando em segurança, ela também
oferece segurança aos que ama e quer bem.
É mister que a mulher ande firmada na verdade, de que a base de uma
construção forte está sob o solo e não sobre ele. Não é o que os outros veem nela
que mantem a sua família estruturada. Muitas vezes aquilo que ninguém enxerga é
o sustentáculo da sua família.
Diz o texto de I Reis 5:17, que Salomão mandou que trouxessem pedras
grandes, e pedras preciosas, e pedras lavradas, para fundarem a casa. Ele
escolheu pedras exclusivas para construir o palácio. Da mesma forma, Deus
escolhe as suas pedras especiais para construir um palácio para si. Somos
chamadas e desejadas como pedras de esquina lavradas.
Pedra lavrada é pedra trabalhada pelo construtor para cumprir com
excelência o seu papel. Quem lavra é Deus, por isso não precisamos ansiosas
buscar na nossa força nos autoflagelar na tentativa de fazermos o que é
perfeito. Nosso cuidado deve ser em valorizar o que Deus valoriza e desprezar o
que Ele despreza. Somos escolhidas para
edificar o projeto Dele, que é a família. Famílias estruturadas formam sociedades
bem estabelecidas e fortalecidas, que redundam em glória ao nome de Jesus.
Como mulheres temos que nos dispor a sermos lavradas e usadas no palácio,
onde o nome do Senhor será exaltado. Este palácio é a nossa casa. A essência da
nossa família precisa trazer a marca moral e espiritual de Deus como colunas de
sustentação.
Deus conta com aquelas que estão dispostas a serem removidas dos lugares
para onde foram levadas pela sua própria força e sabedoria. Ele espera que
conquistemos nossas vitórias através do seu poder que opera em nós.
Ele quer ser entronizado onde nós nos mostramos como de fato somos. Sem
hipocrisia, sem maquiagem, e nos renunciando ao salto que aumenta a nossa
estatura. Vale lembrar que nem sempre a pedra angular será grande, mas ela sempre
será essencial. O que precisamos refletir e externar é a santidade de Deus
através do nosso testemunho familiar.
Sejamos em tudo referência da presença de Deus, pois somos pedras vivas
e fundamentais nos seus sonhos e projetos.