segunda-feira, 23 de abril de 2012

Liderando pela graça

Muito se discute sobre a liderança que é eficaz. Palestras com Consultores Empresariais são ministradas no mundo inteiro, buscando melhores resultados para as empresas tanto seculares, quanto para as instituições religiosas que tem crescido de forma assustadora.


Os tempos são novos, exigindo assim uma maior investigação comportamental focando obter resultados mais abrangentes e eficazes.

Questionamos e somos questionados com muita frequência sobre questões básicas do tipo: O que faz com que uma liderança seja considerada eficaz? Será aquela que produzirá resultados positivos e surpreendentes não importando os métodos utilizados?

Como vemos aqueles que nos lideram e que nos direcionam? Qual é o nosso olhar para aqueles que pautam e sinalizam para nós as diretrizes a seguir no nosso chamado ou ministério? Como os enxergamos, líderes ou super heróis?

As expectativas que criamos em torno desses líderes permitem que eles sejam "seres humanos" ou  fazemos deles "super heróis" impostos?


Raramente debatemos sobre, quando o profissionalismo desrespeita o limite do ser humano que é chamado a liderar.

A linha de pensamento que nos trazem estas interrogações, são as mesmas que produzem muitas angústias no líder comprovadamente competente,mas que como qualquer pessoa, está sujeito a cometer falhas no exercício da liderança que lhe foi atribuída.


O Consultor Empresarial José C. Campos, inspirado por Deus disse que os Líderes são combatentes que estão constantemente expostos tanto a acertos quanto aos erros.

Estas suas palavras nos alicerçam à combater as mentiras das tradições, que recorrentemente querem nos convencer de que os líderes são homens e mulheres infalíveis. Reforçando a ideia de que eles nunca poderão cometer deslizes ministeriais, caso contrário estarão fadados à morte.

Mas como bem colocado por um líder mundialmente conhecido em seu livro O Rosto Brilhante:
“Há esperança para a árvore, pois, mesmo cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus rebentos”.

“Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco,

“Ao cheiro das águas brotará e dará ramos como a planta nova.” (Jó 14:7-9).

O Pr. Jorge Linhares cita os versículos acima em seu livro e nos fala com muita autoridade das promessas do Senhor para aquele que se sente caído ou derrotado dizendo que para Deus ninguém foi tão fundo que a sua graça e misericórdia não possam alcançar. O Senhor está pronto para nos renovar, para fazer renascer em nós a sua glória.

Não temos que temer os prováveis erros, mas estarmos prontos para contemplarmos Deus nas suas gloriosas manifestações, ainda que para nos ensinar um recomeço.

Por outro lado, as palavras do escritor José Campos também nos alerta para a necessidade de buscarmos de Deus a sabedoria e a capacitação que vem do alto, para cumprirmos os propósitos d’Ele para o nosso chamado.

É evidente que a liderança eclesiástica existe para que haja um ponto de partida, para se alcançar de maneira ordenada os projetos do Senhor.

Ter poder é conquistar posição de autoridade, para tomar decisões e responder por elas. Mas este poder não irá influenciar ninguém em nada, se não for exercido ou praticado de maneira equilibrada e harmoniosa.

Faz-se necessário que este poder seja exercido com fidelidade aos propósitos de Deus, e não aos nossos propósitos pessoais e egoístas. É para ser exercido segundo o padrão preestabelecido por Deus e com humildade. Exercido com princípios e valores divinos.

Ter e exercer o poder não nos dá o direito de sufocar, fazer adoecer, e até mesmo matar os nossos liderados.

Na verdade o que temos é o privilégio de ser contados entre os ousados. Ousadia esta que também não vem de nós. Não é nosso mérito. Aquele que nos chama também nos capacita. Com certeza Ele não nos chamou para fazer qualquer coisa, mas para através d'Ele e por meio d'Ele, sinalizar e caminhar junto com aqueles a quem Ele chama de “menina de seus olhos”.

Além de estarmos provocando a ira do Verdadeiro Líder - O Senhor, que está acima de todo e qualquer líder - quando usamos deste “poder” abusivamente para conquistas pessoais, e não importa em qual área, em benefício próprio, estamos deixando uma grande lacuna no que tange a responsabilidade que este ministério traz já inserido em si.

Jesus deve ser, independente das circunstâncias, nosso padrão de liderança. Ele foi servo, sem contudo deixar de influenciar o mundo. O seu servir não anulou a sua liderança.

Não podemos nos esquecer: Não somos líderes porque somos perfeitos, mas porque somos chamados a exercer a responsabilidade e o privilégio de liderar.

“Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci: e, antes que saísse da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta” (Jr 1:5). Assim diz o Senhor!

Descansar em Deus e permanecer totalmente na sua dependência é indícios da plena confiança depositada naqu'Ele que é Senhor de tudo e de todos.

Portanto, como soldados estaremos sempre expostos a acertos e erros.

Como líderes podemos como o “líder Davi” reconhecer o erro e buscar perdão:

“Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias”. Sl 51:1

“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto”. Sl 51:10

“Abençoa a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém”. Sl 51:18

Quebremos paradigmas e retomemos a liderança com novos conceitos e valores inspirados por aquele que nos arregimentou – Jesus Cristo.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Tratados num lugar secreto


O escritor norte americano James Russel falando sobre as adversidades, diz que elas  são como as facas, que podem nos ser úteis ou ferir-nos, conforme a seguremos pela lâmina ou pelo cabo. As nossas atitudes é que determinarão se seremos feridos ou beneficiados.


Repentinamente ela chega e se instala, permanecendo no nosso meio, nos fazendo reféns de situações para as quais não estamos emocionalmente preparados.


Todos nós estamos sujeitos a vivê-las em algum momento da vida. Contratempos e aflições, ainda que temporariamente, cedo ou  tarde surgem sem nos dar a mínima chance de escolha.


Diante destes infortúnios que nos ocorrem, nos pegamos questionando dos porquês e buscando  as razões deles sobrevirem.


Saímos à caça do culpado, porque se o encontrarmos teremos argumentos para nos justificar diante dos outros e de nós mesmos. Contudo nem sempre haverá um fundamento aparente. Achar o causador nem sempre trará maior conforto.


Salta em minha lembrança nesta hora a história que a bíblia nos conta sobre um profeta. Ele foi chamado por Deus para cumprir uma tarefa e prontamente se dispôs em executá-la.


Ele é orientado a ir para a cidade de Nínive, mas persuadido pelos seus sentimentos e conhecimentos históricos toma dos seus próprios conselhos e embarca em um navio que ia em direção  a Társis.


Já estava em alto mar quando uma tempestade alcançou aquele navio trazendo um enorme prejuízo para toda a tripulação. Para que o navio não naufragasse as pessoas começaram a atirar ao mar todo o excesso de peso. É sabido que o temporal permaneceu e o navio continuava a se afundar, quando encontraram o profeta dormindo no fundo dele.

Informado do que estava acontecendo, ele confessa ser o único culpado de tamanho transtorno e pede para que seja lançado ao mar.


Aqui se dá início a adversidade no nosso amigo cujo nome é Jonas. Ele concordou com algo que na verdade não estava disposto a executar. Foi desleal à sua palavra, movido por  sentimentos incoerentes com a sua disposição.


O que teria impulsionado Jonas a dizer “sim” quando na realidade dentro do seu coração a resposta era “não”?    Vejo com preocupação a postura dele, apesar de saber que  não é incomum nós termos também posturas parecidas.


Jonas tentou dar uma “enroladinha” em Deus. Ninguém além de Jonas é tão criativo para ter uma ideia tão brilhante, não é verdade!


Aceitando a sugestão do próprio Jonas, os tripulantes do navio o lançam ao mar. O restante da história todos sabemos. Deus envia um grande peixe para o tragar.


A testemunha ocular do fato não teve uma ilusão de ótica, e nem uma  êxtase resultante do uso de alguma droga.  Foi tudo real. Não se trata de uma simbologia, como querem alguns que tentam  desmerecer os fatos bíblicos, fazer parecer.


Um homem é engolido por um grande peixe e lá dentro vive talvez os piores, e os mais longos momentos da sua vida. É como nos sentimos quando somos atingidos inesperadamente pelas tempestades da vida. Os tempos difíceis nos sugerem uma eternidade.


Desalentado ficou o profeta que tentou fugir dos propósitos de Deus. Instalado em uma suíte apertada, escura, suja, úmida e mal cheirosa. Será que ele se imaginou num cruzeiro destes?!


Será que existe a possibilidade de que assim como ocorreu com ele, nós também possamos nos encontrar em circunstâncias semelhantes? Vindo as adversidades as nossas ações se tornam limitadas. Com a visão turbada pelos conflitos não enxergando a saída. Tudo o que sentimos é que sem cautela nos sujaremos ainda mais. Perdemos o governo da situação e as soluções parecem escorregar das nossas mãos. Tudo ao nosso redor parece sujo e mal cheiroso.


Somos tomados de espanto e perdemos a chance de usá-las como degrau para o nosso crescimento. Tudo o que vemos é a negatividade que veio em sua companhia.


É essencial nos lembrarmos de que como disse James Russel, estes conflitos nos serão úteis quando os tomarmos pelo cabo.


O que nunca poderemos nos esquecer é que , os contratempos não surgem em nossas vidas pelo capricho e vontade dos nossos inimigos. Físicos ou espirituais aqueles que nos confrontam precisam da permissão de Deus para nos alcançar.


A Bíblia no primeiro capítulo do livro de Jó mostra o momento em que Deus assina uma autorização, dando direito a um ser para colocar um servo d’Ele em aflições.


Jó, segundo este texto era um homem temente a Deus, íntegro, reto e se desviava do mal. Não havia na terra outro semelhante a ele. Está escrito que Satanás solicitou a Deus para tocar nele, ou seja, pediu para lhe causar o mal. A sequência narra todo o drama  que viveu este homem, a quem o próprio Deus definiu com preciosos adjetivos.


Mas Deus não é louco e nem tem prazer no sofrimento do seu povo. O que acontece é que Ele quer fazer de nós um povo forte. Um povo que como os montes de Sião não se abala, mas permanece firme para sempre.


Deus usa das adversidades para promover maturidade em nós. Para moldar o nosso caráter, fazer com que nós nos conheçamos e nos aproximemos mais d’Ele.


 Após ter experiência pessoal e ser marcado pelo poder, Jó assume que só conhecia a Deus de ouvir falar. Nós precisamos viver a expectativa de reconhecê-lo não só nas alegrias, mas também nos momentos que desconsideramos a sua manifestação gloriosa.


Quando chegamos ao padrão que Deus estabeleceu para nós, então nos tornamos preparados para vivermos o melhor de Deus nesta terra.


H. Mabie entendendo o efeito do vento aparentemente contrário nos lembra de algo óbvio, mas que não percebemos com facilidade. Ele diz que os papagaios de papel para alcançar as alturas, chegarem aos céus, sobem contra o vento e não a favor dele. Os ventos contrários nos fazem alcançar patamares mais altos.


Deus quer fazer o impossível nas nossas vidas e não precisa usar destas situações para nos abençoar, mas algumas vezes Ele fará. Ele é onisciente e sabe como trabalhar de forma a nos ensinar e nos marcar com o seu poder.


Quanto a Jonas, lá no ventre e sem saída ele se lembra do poder e do caráter misericordioso de Deus. Trazendo à memória que Deus não nos trata como objetos que Ele usa conforme os seus interesses Jonas ora.

Imediatamente a conexão entre os dois é restabelecida e Deus ordena que o peixe o lance na praia com vida.


Se permitirmos que Deus nos leve para um lugar secreto para sermos tratados, as adversidades não terão força suficiente para nos destruir. O anseio de Deus é que elas produzam em nós amadurecimento, obediência, espírito de luta e o fortalecimento da nossa fé.


Ouvi alguém dizer que quem perde seus bens, perde muito; quem perde um amigo, perde mais; mas quem perde a coragem, perde tudo.


Não podemos nos render diante das tribulações, nos conformando com os lugares sujos e limitados. Se nos faltar coragem para lutarmos então não haverá esperança para nós e estaremos prontos para morrer.


Tiremos o foco dos contratempos, pois é Jesus quem nos guia. Nas tempestades Ele é nosso abrigo.


Há glória de Deus se manifestando e não estamos contemplando, por convergirmos nossos olhares para os pontos afastados da verdade.


Anelemos com confiança para que sobre a ordem de Deus sejamos lançados na praia com vida.


Te encorajo a enxergar as  adversidades como trampolim para o seu crescimento. Há um desafio para que possamos vê-las como instrumentos de Deus para o atalho que nos levará à celebração dos novos tempos de vitória.


“Quando passares pelas águas, eu serei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador...” Isaías 43:2 e 3(b).