sábado, 19 de outubro de 2013

 SEM NOME, APENAS UM RÓTULO NO CORPO          
Pessoas do mundo inteiro se preocupam com as possíveis influências que um nome pode lhes acarretar. Mas será possível um nome mudar toda a vida de uma pessoa?!
O uso do nome é tão valorizado que alguns “famosos”, algumas “celebridades” frequentemente assumem um nome artístico,  porque seus nomes reais não são considerados atrativos, ou então, são difíceis na sua pronúncia correta. Outros simplesmente  com a intenção de adquirir “status”, fazem o mesmo.
Até a vaidade tem uma enorme força neste fenômeno, pois alguns preferem usar nomes artísticos para serem sempre lembrados por sua família a exemplo de personalidade já consagrada.
Existem os casos em que os seus nomes são mudados para se estabelecerem algum tipo de aliança emocional ou religiosa. Fato é que nos surpreendemos frequentemente quando deparamos com documentos originais, ou mesmo informações os verdadeiros nomes de algumas pessoas.                                       
Muitas são os que se empenham e dão o seu melhor na esperança de ter seus talentos e virtudes reconhecidos e o seu nome citado nas listas dos melhores... Quem sabe no Guinness?! Ainda assim tais listas demonstram-se demasiadamente restritas.                                         
Talvez o seu nome não seja conhecido como o meu não o é. Assim como a mim, você nem saiba o significado do seu nome. Se citado publicamente ele não provocará nenhuma reação nas pessoas, mas revelará que 99,99% do mundo não se dá conta da nossa existência.
 Por muitos anos, na minha infância, escrevi o meu próprio nome de forma errada. Além do mais, minha própria tia me chamava por um nome que não era exatamente o meu.
 Para alguns somos simplesmente um rosto anônimo vivendo a 18,30, 50 ou 70 anos, andando por todos os lados e se orientando por uma bússola chamada persistência.  Se este é o seu caso não se orgulhe, ou fique a lamentar, porque você não é o primeiro anônimo da humanidade e não será o último.
 Não sei exatamente quais são os mistérios que envolvem os nomes, mas sei de uma coisa: há um nome que tem todo poder de destruir as fortalezas que nos impedem de vivermos além das dificuldades que os nossos nomes, ou a ausência deles nos trazem.
 Nos tempos que antecedem a Jesus a maioria das mulheres não tinha autonomia para construírem os seus nomes. Elas eram rejeitadas e desconsideradas socialmente. Mas Jesus quebrou este paradigma, e com o seu jeito único surpreendeu os povos da época, chamando-as pelos seus nomes e permitindo que elas o servissem e o acompanhassem nas suas muitas andanças.
Ele as valorizou e ousou defendê-las publicamente, libertando-as das marcas do passado.Seu tratamento diferenciado trouxe para elas a cura física e emocional.
 Jesus tem o nome que está acima de todo nome. Com o seu poder e autoridade   mudou a mentalidade daqueles que desonravam as mulheres, e ainda hoje muda   a mentalidade daqueles insistem nesta prática.
Cristo faz com que as mulheres se sintam respeitadas e amadas. Por isso não importa se não temos os nossos nomes em relevância, o que importa de fato é assumirmos a nossa identidade em Cristo Jesus.
 O Senhor não está preocupado com o nosso nome, mas com o nosso caráter. Temos base suficientemente forte para entender que Deus opera milagres para quem tem  seu nome nas listas dos mais respeitados, e também para aqueles cujos nomes estão sujos, que já nem é mais possível decifrá-los.
 Interessante que na Bíblia somente Lucas discorre sobre a história de uma mulher que tinha, como alguns de nós, o nome pela sujeira moral e espiritual. Está escrito no capítulo sete a partir do verso trinta e seis: “E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa”.
E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro  com unguento. “E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-los com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-los com unguento.” 
 Esta é uma mulher sem nome. As escrituras dizem somente que ela era” uma mulher da cidade, uma pecadora.”. A única coisa que ela possuía era um rótulo de “pecadora”.
 Não sabemos qual foi à intenção do fariseu ao convidar Jesus para jantar.  Seu comportamento mostrou falta de hospitalidade e humildade. Ele nem mesmo soube oferecer bem estar ao seu convidado lavando os seus pés. Ainda que desejasse que Jesus comesse com ele, fracassou nas práticas mais comuns de cortesia da época.  Além de falhar na cortesia a sua malícia foi registrada quando ele efetua uma crítica ao Senhor em seu pensamento. Ele duvidou de que Jesus era quem as pessoas diziam ser. Simão já tinha escutado que Jesus era profeta, mas a maneira respeitosa com que tratou aquela mulher trouxe dúvida ao seu coração, motivo pelo qual na sua mente brota um desafio à divindade de Cristo.
Mas sabendo do que se passava pela mente do fariseu, Jesus repreende-o e faz com que se lembre de que ele não ungiu a sua cabeça com óleo, como era costume para se honrar um convidado.
 Aquele anfitrião ainda não tinha entendido que Jesus não veio chamar justos, e sim pecadores, e também se esquecera do discurso do Mestre no sermão do monte, dizendo que o pecado mora no interior do homem. Sua falta de amor lhe cegou o entendimento de que todos nos enquadramos no perfil de pecadores, porque está escrito que todos necessitamos da salvação que vem de Cristo.
 O preconceito não permitiu que a anônima fosse identificada, pois ela era considerada indigna pelos homens por ser uma prostituta.  Possuidora de um diferencial que no fariseu não existia, trazia dentro de si valores escondidos e o desejo ardente de mudança.
 “A anônima rotulada como pecadora, com certeza não possuía um lugar na sinagoga para se apresentar, mas provavelmente já tinha escutado alguém repetir o que o salmista Asafe disse no capítulo 50:23:” Aquele que oferece sacrifício de louvor me glorifica e àquele que bem ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus”.
 Cansada de viver uma vida promíscua, e ciente de que quem podia mudar a sua vida estava ali naquela casa, não perdeu tempo, invadiu aquele ambiente e apressando-se foi onde Jesus estava.  Buscou ordenar o seu caminho, porque sabia que havia uma promessa de salvação de Deus.
 Rompendo as barreiras humanas ela ofereceu um sacrifício de adoração ao Senhor. Levou-lhe um presente e sem palavras demostrou o seu amor, revelando arrependimento e uma fé incontida.
 Se por um lado Simão não havia entendido a razão da vinda de Jesus ao mundo, aquela mulher já compreendia e desejava ardentemente usufruir da presença do senhor.  Como demonstração de humildade, ela não se contém e com a alma cheia de gratidão se joga, sem a menor dificuldade, aos pés do Senhor.
Estando Ele reclinado sobre o divã à mesa, com os pés para trás, ela removeu as suas sandálias expressando sua adoração e reverência. Sabemos que na sequência ela chorando, começou a regar os pés de Jesus com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos, em lugar da toalha que o fariseu Simão nem se preocupou em providenciar.
 Usar os cabelos soltos ou desarrumados era uma desonra, não obstante, a mulher que enxugou os pés de Jesus fez pouco caso da sua vergonha, preferindo secar e honrá-lo com sua vida. Beijando os seus pés ela demonstrou simbolicamente o seu desejo mais íntimo de se relacionar com o seu Senhor. 
Com as suas atitudes envolvidas de humildade, ela não só lavou os seus pés com suas lágrimas e secou com seus cabelos e os beijou. Sua ação de quebrar o selo do vaso de alabastro e derramar o unguento sobre os pés de Cristo anunciou para o mundo espiritual e físico, que estava disposta também a quebrar as suas próprias barreiras de orgulho e de pecado.
Ao derramar sobre os pés de Jesus o óleo perfumado ela O ungiu num ato de adoração.  De uma forma altruísta ela expressou o seu amor a Jesus.
Além de alcançar perdão para si, ela criou o ambiente propício para Jesus manifestar a sua misericórdia e graça na vida de Simão. Sua adoração atraiu milagres naquele lugar.
  Da mesma forma que Jesus honrou aquela mulher fazendo a sua defesa junto a Simão, Ele também honra nossas expressões de amor sacrificial, nos dias de hoje.
 Em Gálatas 3:28 Deus através do apóstolo Paulo estabelece um princípio geral, de que homens e mulheres são iguais, assim como os escravos são iguais a seus amos, aos olhos de Deus.  Portanto Não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos nós somos um em Cristo Jesus.
 Portanto independente de sexo ou de nome adquirido, podemos adorar a Deus prostrados aos seus pés, de forma tal que as nossas lágrimas sejam suficientes para revelar o nosso amor a Ele. Porque num sentido mais amplo, o vaso refere-se a nós que temos o conhecimento de Deus. Assim como o vaso de barro reflete a habilidade do oleiro, nós refletimos a obra de Deus.
Estamos nas mãos de Deus e somos formados de acordo com seu desígnio e precisamos deixar que Deus nos quebre o selo.  Ao se quebrar esse selo, fluirá do nosso interior, a unção em forma de adoração e glória ao Nome do Senhor! 


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