quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Marcados para vencer


                           
Desde o nosso nascimento somos marcados pelas circunstâncias da vida. Estas marcas geram os pilares emocionais sobre os quais fundamentamos o nosso ser interior.
               
Em alguns momentos, elas nos impulsionarão a enfrentar com ousadia os obstáculos que a vida nos oferece. Em outros, ditarão a insensatez de recuarmos, nos escondendo por detrás dos mesmos.
              
Fato é que as experiências diárias, sejam elas boas ou más, produzirão em nós sentimentos, que serão absorvidos persuasivamente pela nossa alma. Deixarão em nós vestígios determinantes  para seguirmos naturalmente o curso da vida.

Mas como “nem tudo são flores” e nem todas as coisas “terminam em pizza”, precisamos nos preparar para enfrentarmos os diagnósticos ruins com postura de vencedores.

Variando a forma, a frequência e as probabilidades, as situações de tensões surgirão. Isto é inevitável.

Em algumas ocasiões, refugiados num casulo, seguiremos blindados e inatingíveis nas nossas lembranças. Em outras, no entanto, depois de sermos feridos responderemos aos estímulos recebidos, fundamentados nas profundas lesões encravados em nossa alma.

Como as tatuagens, esses rombos vão sendo registrados de forma permanente no nosso íntimo.

Despojados em diversas áreas e experimentando uma enormidade de privações, tendemos a recuar diante dos desafios que confrontam nossas emoções.

Viver deste modo é mais frequente do que imaginamos. Não sendo privilégio de nenhum período da história da humanidade, e de nenhuma classe social ou religiosa.

A Bíblia nos relata que Jerusalém foi alcançada por aflições que a deixou exposta a todos os tipos de males. Invadida, teve os seus muros fendidos e os seus portões queimados.  
Passando a viver momentos de grandes humilhações.

Neste período o povo de Israel se distinguiu pela dor, e foi marcado pelas perdas moral, espiritual e material.

É o que muitas vezes ocorre conosco. Somos expostos às fatalidades e tatuados de forma profunda pelos pesares. Como camaleões, nos camuflamos para não sermos notados, e assim prosseguimos na falsa ilusão de que permanentemente nossas atitudes são coerentes e acertadas.

No caso de Israel, um homem ousou mudar a história daquele povo. Ele se levantou para lutar contra a injustiça e a apatia generalizada que envolvia a todos daquele lugar.
Não deixou que aquelas marcas permanecessem gerando novas derrotas.

Deus anseia em nos ver fora dos casulos e aprimorados diante das provocações. Ele nos propõe sair da caverna na qual nos ocultamos e quer que reconheçamos as portas que foram arrombadas e as marcas profundas por elas deixadas, desejando excluí-las da nossa vida.

Dotados de sinceridade e desejosos da transformação restauradora, podemos decidir não permanecer contemplando o caos que nos envolve, mas aspirarmos as nossas vitórias através de ações sustentadas e alicerçadas na Palavra de Deus.
                   
Quando nos deparamos com uma porta arrombada e ficamos atônitos, nos sentindo intimidados, precisamos considerar que, com o espaço aberto pelo infortúnio, as nossas intimidades e os nossos valores estarão correndo riscos assombrosos.

Frequentemente procedemos covardemente diante destas portas caídas. Desprovidos de fé e perspectivas, deixamos o inimigo nos vencer pela vergonha e intimidação.

Não podemos ficar aguardando que apareçam os "Neemias" nos nossos caminhos, para cumprir um papel que nos cabe.
É um equívoco deixar que outros nos ditem nosso caminho. Devemos considerar que nem sempre as pessoas entenderão o quão significa para nós cada restrição experimentada. Esta é uma aventura cujo preço é alto demais para se arriscar.

Sentiremos-nos seguros e confiantes quando priorizarmos a restauração das nossas muralhas emocionais, e lacrarmos todas as rachaduras que nos alcançaram.

Tirarmos as cinzas e recomeçarmos o reparo deverá ser a nossa principal meta. É essencial que nos levantemos e sacudamos a poeira deixada por aqueles que derrubaram os nossos portões. 

Iniciar um novo tempo, nos lembrando de que somos nação eleita do Senhor, e povo escolhido seu nos animará. Remeterá-nos em direção ao que nos trará cura das cicatrizes deixadas pelo passado de derrotas.

Josué foi outro protagonista da história de Israel, que marcado pela confiança demonstrou postura que nos serve de espelho.

Enviado por Moisés, juntamente com onze homens valentes até Jericó, teve a missão de espiar a terra em que deveriam passar, enquanto avançavam pelo deserto.

Ao retornar, seus amigos já corrompidos pelo desânimo relatam a impossibilidade da concretização do plano, que consistia em usar aquela cidade como atalho, para encurtar o caminho até o seu destino.

Demonstrando determinação, Josué contrariou os relatos de dez dos seus companheiros e motivou Moisés a prosseguir em frente com o seu plano. 

Possuindo o diferencial da confiança, Josué entendeu que embora aquela terra possuísse muros altos e fortes, do povo ser gigante e poderoso, com Deus a vitória estava assegurada.

Esta também deve ser a nossa postura diante dos desafios que nos são lançados. Este deve ser o lema da nossa bandeira.

Antes de enfrentarem o deserto, aqueles espias haviam sido prisioneiros no Egito, razão pela qual eram dotados de mentalidade de escravos.

Os medos e inseguranças neles presentes durante a escravidão são os mesmos que nos impregnam nos dias de hoje, guardadas as proporções e as épocas.

As próprias cicatrizes que nos marcaram nos desestimulam a buscarmos as formas eficazes, para combatermos os turbilhões de conflitos internos.

Prisioneiros dos nossos medos, comportamos de maneira equivocada e não nos apoderamos da provisão conquistada por Jesus na cruz. Porém n’Ele temos  liberdade para  vivermos uma vida isenta de prisões e plena no seu Espírito.

A nossa memória tão curta nos faz andar rastejantes e mendigando.

Deus é o Senhor das guerras, não importam onde estas aconteçam. No nosso âmago, ou na nossa roupagem exterior, o poder de Deus nos garante proteção contra aqueles que aos nossos olhos são gigantes.

Davi soube usar e abusar desta verdade. Ele com autoridade, confrontava os seus inimigos nas batalhas, porque entendia o que muitos de nós temos dificuldade de compreender: O Senhor dos Exércitos é conosco.

Como o Senhor  foi para Davi, também Ele é para com cada um de seus filhos.

"Jerusalém, Jerusalém,... Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas...!" Deus quer nos proteger debaixo de suas asas, tirar as marcas de destruição e nos selar com a plenitude de seu amor.

Todos nós ansiamos pelas vitórias nas lutas que nos são apresentadas. Se os sinais são visíveis e a luta é travada, é necessário decidir entre ficar, lutar e arriscarmos sermos vencedores, ou correr, nos esconder e nunca sabermos qual seria o resultado final.

Como Deus foi para Davi, também Ele é para com cada um de seus filhos.
                            
Considerando quem somos em Cristo Jesus devemos lutar e nunca desistir.

Temos exemplos bíblicos suficientes que evidenciam a nossa capacitação para passar por adversidades, e sairmos delas marcados como vitoriosos. Soldados convictos da sustentação de Deus e que não têm do que temer.

 Nosso Mestre Jesus Cristo enquanto esteve na terra, também teve conflitos. Ele, em todo o tempo foi confrontado, mas não recuou e nem se deixou levar pelos insultos lançados em seu rosto.

No jardim do Getsêmani, Ele não retrocedeu diante dos sentimentos que O atormentavam. Jesus foi até o fim com seu plano de nos salvar. Ele não se acovardou mesmo marcado pelas traições e afrontas.
               
Fomos lavados, santificados e justificados pelo nome dEle, e pelo Espírito Santo. Podemos enfrentar esses medos, procedendo ilimitadamente pela fé, com atitude digna de filhos de Deus.

Precisamos assumir um comportamento maduro, caminhar numa fé responsável e não rebaixar o preço que foi pago para nos redimir.

Potencializados por Deus lidemos com os conflitos, seguros da nossa vitória. Ponderando em nossos corações que eles fazem parte da vida e são transitórios. Eles não são invencíveis como muitas vezes nos parecem. 

Por que então rastejaremos e mendigaremos, se há um Deus que nos ama e anseia por nos abençoar?!

Não se esqueça: 

SOMOS MARCADOS PARA VENCER! 

 

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